Depois de desmistificados os rumores de que os carros elétricos têm uma maior probabilidade de se incendiar que os carros com motores de combustão interna surgiu outra questão: Porque é que os incêndios nos carros elétricos são mais perigosos?
A resposta é simples. A diferença está essencialmente no material e na fonte de energia que alimenta estes veículos. Ou seja, os módulos da bateria.
Nos automóveis com motores de combustão, o incêndio é alimentado pelo combustível. Já nos elétricos, o foco do problema centra-se nas baterias de iões de lítio.
Noutras palavras, enquanto um incêndio num automóvel com motor de combustão é relativamente previsível e pode ser apagado com água, num automóvel elétrico este é bem mais difícil de controlar. A causa está, mais uma vez, nas falhas térmicas ou sobrecargas das baterias de iões de lítio, cujo conteúdo é altamente reactivo e inflamável.
Como nos explica Mário Ferreira, subchefe principal do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, “estamos a falar de uma tecnologia recente, relativamente nova, em que já não temos as típicas baterias de chumbo e passamos a ter baterias que trabalham com metais reativos, neste caso o lítio. Este é um metal que reage em contacto com o ar, em contacto com a água, e que tem reações violentas.”
O veículo elétrico em si é igual a qualquer outro carro, continua a ter os plásticos, as esponjas, os bancos, etc. A única diferença está mesmo na bateria, e para combater a reação que acontece na bateria temos de utilizar extintores específicos.” MÁRIO FERREIRA, SUBCHEFE PRINCIPAL DO REGIMENTO DE SAPADORES BOMBEIROS DE LISBOA O que é que isto significa? Basicamente, quando existem falhas — sobrecargas, curto-circuitos ou danos físicos —, as baterias de iões de lítio podem libertar uma grande quantidade de calor rapidamente, o que pode resultar em incêndios em cadeia mais difíceis de controlar. Para além disto, em contacto com outros materiais, o conteúdo dos módulos da bateria pode produzir gases inflamáveis e tóxicos, como é o caso do hidrogénio e do monóxido de carbono. Mesmo depois de extinto, é necessário uma verificação mais minuciosa, uma vez o fogo ainda pode reacender. O calor residual pode reativar reações químicas e criar novos focos de incêndio. Por último, surge a questão: se o lítio reage à água, como se apaga então um incêndio? Apesar de ser um fogo mais difícil de controlar, continuam a existir opções. Como explica Mário Ferreira: “para combater a reação nas baterias, temos de utilizar um extintor de classe D para metais”, como é o caso de extintores com pó de cloreto de sódio ou areia, entre outros.
O veículo elétrico em si é igual a qualquer outro carro, continua a ter os plásticos, as esponjas, os bancos, etc. A única diferença está mesmo na bateria, e para combater a reação que acontece na bateria temos de utilizar extintores específicos.” MÁRIO FERREIRA, SUBCHEFE PRINCIPAL DO REGIMENTO DE SAPADORES BOMBEIROS DE LISBOA
Basicamente, quando existem falhas — sobrecargas, curto-circuitos ou danos físicos —, as baterias de iões de lítio podem libertar uma grande quantidade de calor rapidamente, o que pode resultar em incêndios em cadeia mais difíceis de controlar.
Para além disto, em contacto com outros materiais, o conteúdo dos módulos da bateria pode produzir gases inflamáveis e tóxicos, como é o caso do hidrogénio e do monóxido de carbono.
Mesmo depois de extinto, é necessário uma verificação mais minuciosa, uma vez o fogo ainda pode reacender. O calor residual pode reativar reações químicas e criar novos focos de incêndio.
Por último, surge a questão: se o lítio reage à água, como se apaga então um incêndio? Apesar de ser um fogo mais difícil de controlar, continuam a existir opções.
Como explica Mário Ferreira: “para combater a reação nas baterias, temos de utilizar um extintor de classe D para metais”, como é o caso de extintores com pó de cloreto de sódio ou areia, entre outros.
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